No último 3 de setembro, a aposentadoria aprovada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) marcou um momento de transição na vida da Juíza Vania Petermann. Um ciclo se conclui, mas outro se abre com promessas de aprendizado, realizações e descobertas que vão além da toga.
Natural de Brusque, Vania iniciou sua trajetória na Justiça como técnica judiciária auxiliar em Blumenau. Tomou posse como juíza substituta em 11 de novembro de 1996, passando pelas comarcas da Capital, São José, Pomerode, Indaial, Timbó, Ibirama e Joinville. Já como juíza de direito, atuou em Anchieta, Araranguá, Criciúma e novamente na Capital. Desde 2024, exercia a função de desembargadora substituta no TJSC.
A decisão pela aposentadoria foi amadurecida com cuidado:
“No começo, foram muitas dúvidas e inseguranças. Busquei apoio terapêutico, conversei com a família e reorganizei prioridades. Também perguntei a colegas aposentados como se sentiam, para entender como poderia me preparar. Foi assim, com calma e atenção, que construí novos caminhos para essa fase.”
Ao longo da carreira, a magistrada acumulou experiências que a marcaram profundamente. Vânia destaca a atuação de cerca de oito anos na Academia Judicial, onde participou da formação de magistrados, do planejamento de cursos e da construção coletiva de conhecimento, inclusive junto à Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). “Foi também nesse ambiente que desenvolvi meu aperfeiçoamento acadêmico proporcionado pelo nosso Tribunal, pelo que sou muito grata.”
Formada em Direito pela Fundação Universitária Regional de Blumenau (Furb), Vânia é pós-graduada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Furb, mestre e doutora em Ciências Jurídicas pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), com doutorado em dupla titulação pela Universidade de Perúgia (Itália).
A atuação da Juíza no Fórum da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) permitiu uma vivência intensa no ambiente universitário. Ao acompanhar pesquisas empíricas e orientar alunos na coleta de dados, ela fortaleceu o diálogo entre a prática judicial e a produção acadêmica. Essa experiência, que nasceu de sua dedicação à Magistratura em causas sensíveis e de impacto social, consolidou de forma natural outra vocação que sempre a acompanhou: a vida acadêmica, que agora se abre em novas possibilidades nesta etapa.
Com serenidade, Vania celebra o equilíbrio entre passado e futuro:
“Foram muitas as experiências marcantes na magistratura, especialmente em causas sensíveis e de impacto social. Mas hoje percebo que há vida depois da Magistratura. É um tempo merecido para viver com mais liberdade, confiar na continuidade do trabalho pelas novas gerações e transformar a experiência acumulada em novos significados.”
A AMC registra e valoriza a trajetória da Juíza Vania Petermann, que deixa na Magistratura catarinense uma marca de compromisso, sensibilidade e dedicação — qualidades que seguem guiando-a neste novo ciclo.