O juiz eleitoral Maurício Cavallazzi Póvoas, da 19º Zona de Joinville, publicou na imprensa artigo que trata da segurança das urnas eletrônicas. De forma clara, ele aponta que as primeiras eleições informatizadas foram realizadas em 1996 e que desde esta data nenhuma fraude eleitoral foi constatada. Leia aqui o artigo:
Urnas Eletrônicas
Nelson Rodrigues dizia que o nosso povo sofre do complexo de vira-lata, conceituando-o como “a inferioridade em que o brasileiro se coloca voluntariamente, em face do resto do mundo”. E complementava o dramaturgo dizendo que “o brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem”. Não poderia haver melhor definição do brasileiro quando o assunto é a urna eletrônica.
A urna eletrônica é um projeto brasileiro iniciado em 1985. A primeira eleição informatizada no país ocorreu em 1996, quando os votos de 32 milhões de brasileiros, à época 1/3 do eleitorado, foram colhidos por meio de urnas eletrônicas. No ano 2000, 100% dos eleitores votaram dessa forma.
Desde a implementação do sistema eletrônico, nenhuma fraude eleitoral foi descoberta. Nas eleições de 2014, desconfiado do resultado do pleito, o PSDB fez uma auditoria nas urnas e nada de irregular foi apurado.
As urnas eletrônicas são protegidas por mais de 30 medidas de segurança. Todos os processos de instalação de dados e configurações são feitos em audiências públicas. Periodicamente, especialistas externos são chamados a fazer testes de segurança pelo TSE. Nas eleições deste ano, 41 especialistas de 18 países visitaram mais de 130 locais de votação e atestaram a segurança da votação eletrônica.
Pois bem. Mesmo diante de todas estas informações, ao invés de sentir orgulho deste que é o melhor sistema de votação do mundo, o brasileiro, acometido pelo complexo de vira-lata, tem o enorme prazer de inventar teorias e criar fake news, sempre colocando em dúvida a lisura do pleito eletrônico.
O que mais impressiona é que a maioria dos argumentos contrários à urna eletrônica são quase infantis: por que os EUA não usam? Por que o Japão não usa? Se até o sistema do FBI é invadido, por que o sistema de votação eletrônica não seria?
Aqui em Joinville, surpreendentemente, até mesmo uma autoridade de força pública, de forma irresponsável, reencaminhou, em grupo do qual eu fazia parte, fake news disseminando suspeitas totalmente infundadas sobre a votação eletrônica. Este pequeno artigo não tem a função de convencer ninguém de nada. É só mesmo um alerta para que o brasileiro se informe e, depois, orgulhe-se do processo de votação mais seguro e moderno do mundo, que é totalmente nosso.