No próximo dia 15 de abril, a Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) traz a Florianópolis o Juiz de Direito da Corte de Apelação de Montreal, Pierre Dalphond. Ele fará uma palestra sobre “O Sistema Judicial Canadense”, cujo início está programado para às 19h, no auditório Solon D’Eça Neves.
A visita está sendo intermediada pelo Conselheiro José Lúcio Munhoz, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que concedeu uma entrevista à AMC. Para Munhoz, o evento é uma oportunidade para os magistrados interagirem com outra cultura e trocar experiências valiosas, visando aprimorar o Judiciário brasileiro.
AMC – Qual a importância da palestra?
Conselheiro José Lúcio Munhoz – Como disse o poeta, o homem não pode ser um grão de terra isolado. É uma oportunidade de interagir com outra cultura e tirar novas experiências, ter uma visão diferenciada do Judiciário. É uma chance de conhecer melhor o trabalho realizado no Canadá, ainda mais que se trata de um país desenvolvido, e do trabalho de um brilhante magistrado como o Pierre Dalphond.
AMC – Como funciona o sistema de Justiça canadense?
Conselheiro José Lúcio Munhoz – É muito diferente do sistema brasileiro. No Canadá há três sistemas judiciários – o francês, o inglês/americano e o sistema das tribos. Sendo que cada pessoa é julgada de acordo com o seu local de origem.
AMC – Qual o aprendizado que pode ser retirado com a palestra e o que pode ser implementado para melhorar a nossa Justiça?
Conselheiro José Lúcio Munhoz – No Canadá, assim como nos países desenvolvidos, há um respeito muito grande pelo indivíduo e a origem cultural de cada um. Sendo o Brasil um país onde há grande miscigenação, acho que poderemos aprender muito com a troca de experiências e quem sabe avançarmos nessa área. Ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito aos direitos humanos. E o Judiciário é uma porta de entrada importantíssima para essas mudanças, tanto relativo à opção sexual, como raça, crenças e classe social.