Juíza presidente da AMC fala sobre violência doméstica em live

Na última segunda-feira (13), a presidente da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC), juíza Jussara Wandscheer, participou de uma live com os professores e alunos do curso de Farmácia da Universidade do Contestado e farmacêuticos da região de Mafra. Eles abordaram a campanha Sinal Vermelho contra a violência doméstica, com o objetivo de instruir os futuros profissionais sobre a demanda. Também participaram da live a psicóloga Vitória Hirt, ativista nessa causa, a vice presidente do Conselho Regional de Farmácias de SC, Vânia Floriani Voldin, e o comandante da Polícia Militar de Mafra, Marcelo Pereira.

Durante a live, a juíza Jussara Wandscheer explicou a iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) na criação desta nova forma de ajuda às mulheres que pretendem denunciar seus agressores. Ela também convidou os farmacêuticos presentes no evento para se engajarem na causa. “Precisamos resolver esse problema agora, porque a violência que acontece dentro de casa se reproduz. O menino que vê o pai agredir a mãe, num futuro irá reproduzir o mesmo com a esposa”, argumentou. 

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A psicóloga Vitória Hirt explicou aos alunos os diversos tipos de violência e a dificuldade das mulheres em identificar as formas mais sutis. “O controle do celular é um ótimo exemplo. Muitas mulheres acham comum e não percebem esse tipo de violência”, reforça. Ela afirma ainda que muitos casos começam assim e acabam evoluindo para uma agressão. “A ideia é parar o ciclo da violência antes que se torne um feminicídio, por isso essa nova ferramenta de denúncia precisa ser utilizada”, explica. 

O policial militar Marcelo Pereira afirmou que as delegacias de polícia da região estão preparadas para receber as vítimas e ajudar no acolhimento. Ele espera que a estrutura possa ficar ainda melhor. “As mulheres são acolhidas quando chegam à delegacia, mas muitas não sabem onde procurar ajuda”, contou. 

Os convidados falaram sobre as iniciativas que podem ajudar no acolhimento das vítimas e sobre a união das instituições, que precisa existir para que as ferramentas de proteção sejam cada vez mais conhecidas. “Os canais de denúncia existem, mas muitas mulheres se calam. Precisamos que essas iniciativas cheguem até a casa das vítimas, que elas tenham apoio e coragem para denunciar seu agressor”, completou a magistrada catarinense.