O presidente da ACI também concordou que a sintonia entre as duas áreas é de fundamental importância para o fortalecimento da cidadania. “Vivemos uma quadra singular da história contemporânea, em que cada vez mais fica evidente a importância da boa comunicação, aquela feita com responsabilidade, e da justiça, aquela que está cada vez mais sintonizada com os anseios da sociedade moderna”, sublinhou Ademir Arnon.
Já a presidente da Acaert destacou que os objetivos entre a mídia e a Justiça são os mesmos. “Atuamos de forma semelhante com ética, compromisso social, profissionalismo, compromisso com a imparcialidade, busca pela verdade e vigilância democrática. É necessária uma quebra de paradigmas e o funcionamento respeitoso entre Judiciário e imprensa. Os muros construídos em volta dos tribunais e emissoras não podem ser desculpa para a falta de entendimento”, ressaltou.
Logo após, o presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC), desembargador José Trindade dos Santos, falou aos presentes. “A imprensa não deve veicular a notícia como um produto. Ela não pode ser considerada o fim, ela é apenas um instrumento. A famosa inacessibilidade ao Poder Judiciário só existe na mente dos que querem deturpar alguma coisa. O Judiciário está disponível e é parceiro na construção da cidadania. Judiciário e Imprensa devem ser livres e buscar a aproximação. Com isso a sociedade só tem a ganhar”, destacou.
A seguir, o Diretor Presidente do Grupo Ric Record, Mário Gonzaga Petrelli, proferiu a sua palestra. “A imprensa destrói sem medir as conseqüências. Vai contra os princípios da democracia e deveria ter respeito à família e à sociedade antes do sensacionalismo. A imprensa deve ter liberdade absoluta, mas com respeito absoluto”, afirmou. Através de comparativos com outros países, Mário Petrelli discorreu, ainda, sobre o problema da morosidade da Justiça. “O Brasil, com aproximadamente 192 milhões de habitantes, tem o mesmo número de juízes que a Alemanha, com uma população de quase 81 milhões de pessoas. O Brasil tem menos ministros do que a Corte italiana. O Legislativo não entende que deve dar ao Judiciário a importância necessária, com mais amplitude Quem se omite é o Legislativo”, disse.
Ainda pela manhã, os participantes puderam acompanhar o primeiro painel do evento, intitulado “Judiciário e Imprensa: convergências”, que contou com a participação dos magistrados Edson Ubaldo e Ricardo Roesler (tendo como moderador o juiz Paulo Bruschi) e dos jornalistas Moacir Pereira (RBS) e Luís Meneghin (Notícias do Dia).
Na parte da tarde, o primeiro painel colocou em debate a questão do segredo de justiça e quais os limites de atuação da mídia neste tocante. Participaram das discussões os magistrados Jaime Ramos e Sérgio Junkes (o juiz Sílvio Franco atuou como moderador) e os jornalistas Jairo Cardoso (Justiça Federal) e Rejane Gambin (Mais FM). O último painel do dia abordou a responsabilidade civil e criminal nos crimes contra a honra via imprensa e as mudanças advindas com a revogação da Lei de Imprensa. Deste painel, participaram os magistrados Joel Dias Figueira Jr. e Solon D’Eça Neves (tendo como moderador o juiz Sérgio Junkes) e os jornalistas Jefferson Saavedra (AN) e Acácio Martins (Cultura AM).
Ao final do evento, os organizadores redigiram e divulgaram a Carta de Joinville, contendo proposições para melhorar cada vez mais o relacionamento entre o Poder Judiciário e a Imprensa.
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