De servidor a magistrado: 45 anos de dedicação exclusiva ao Judiciário

Foi no dia 30 de outubro de 1968, deixando o trabalho na lavoura da família, que Edemar Gruber ingressou no Poder Judiciário Catarinense. No começo, exerceu a função de auxiliar de cartório na Comarca de Maravilha, na mesma época que iniciou o curso noturno de contabilidade na Escola Técnica de Comércio Rui Barbosa, concluído em dezembro de 1970. De origem humilde, cuja família tirava o seu sustento da agricultura, portanto sem muitos recursos, Gruber não teve condições de prosseguir os estudos.

Sem qualquer expectativa de progressão, em abril de 1973, foi procurado pessoalmente pelo juiz de Direito da Comarca de Mondaí, hoje Desembargador Carlos Prudêncio. “Eu fiquei surpreso com a visita e ele foi direto ao ponto: ‘Vim te buscar’”, lembra.  Com o falecimento do escrivão, ele ali estava para contar com seus serviços para substituí-lo. Sem titubear, aceitou. “Considero esta atitude a mais importante da minha trajetória e sou eternamente agradecido ao Desembargador Carlos Prudêncio pela confiança em mim depositada. Dali para diante houve um giro de 360 graus na minha vida pessoal e funcional”, reforça.

Foi em 1974 que ele passou a cursar Ciências Jurídicas, na então Faculdade de Direito de Cruz Alta, onde colou grau em dezembro de 1978. Ainda por sugestão e insistência do Des. Prudêncio (que se encontrava em Brusque), em 1987 obteve remoção à 5ª Vara Cível da Capital, para frequentar o curso preparatório à magistratura pela ESMESC, o qual concluiu em 1988. Em seguida, foi aprovado e tomou posse como juiz substituto em 22 de maio de 1989, lotado em Rio do Sul.  Depois, passou por Fraiburgo e Xaxim em 1992, Xanxerê e Joaçaba em 1993.

Atualmente, exerce suas funções como juiz de Entrância Especial, na 2ª Vara Cível de Joaçaba, onde completará 20 anos de atividade, em 19 de dezembro deste ano. Pela sua dedicação, recebeu, em 2005, o título de cidadão honorário de Joaçaba (Decreto Legislativo nº 005/2005 de 2005) e, pelo Decreto Legislativo nº 004/2005 de 2005, o título de cidadão honorário de Herval d’Oeste.

“Quando iniciei as atividades no Judiciário não havia telefone interurbano. O único meio de comunicação entre a comarca  e o  Tribunal de Justiça era por correspondência ou pelo radioamador da Polícia Militar”, recorda, ao explicar que a situação melhorou com a adesão ao telex na década de 70/80. “Quando exercia as funções na Comarca de Xaxim quando adquiri o primeiro computador usado.  Dali para frente à evolução, através da informática, foi impressionante”, completa.