Unir a formação de Direito com a Psicologia para trabalhar na prevenção dos conflitos foi o objetivo da juíza Hildemar Meneguzzi de Carvalho, que atua na 2ª Vara da Família, em Joinville (SC). No dia 25 de outubro, ela defendeu a monografia sobre “A Psicologia na interface com o Direito de Família e a sua contribuição na fixação da guarda compartilhada", aprovada com nota máxima, na Faculdade Guilherme Guímbala – ACE.
O interesse no tema surgiu com a implantação do Projeto Oficina de Parentalidade, recomendado pelo Conselho Nacional de Justiça(CNJ). A magistrada, então, começou entender a necessidade da continuidade das relações para os filhos, valorizando a qualidade da convivência com ambos os pais.
Em consequência, Hildemar e a equipe de trabalho têm orientado diversos genitores para optarem pela guarda compartilhada: que beneficia mais os filhos, dando-lhes segurança e certeza de que mesmo após a separação, seus interesses não serão negligenciados. “Como o projeto trabalha com as implicações psicológicas na vida dos filhos, decidi dedicar meu TCC sobre o tema”, explica.
Para isso, ela realizou uma pesquisa de campo com os participantes da Oficina, durante os meses de agosto e setembro, para avaliar se os genitores entendem a importância da guarda compartilhada. “Os resultados foram surpreendentes”, revela, ao mostrar que em 2012, havia apenas 17 casos de guarda compartilhada, depois, com a implantação, em apenas seis meses, os números de guarda compartilhada aumentaram para 88.
A magistrada defende a crescente evolução da interdisciplinaridade entre Direito e Psicologia, em especial, dentro dos processos judiciais litigiosos, uma vez que as questões de guarda de filhos e direito de visita, podem apresentar graves problemas de natureza moral e psicológica. “Entendo que cabe, também, ao Poder Judiciário orientar os genitores no sentido de respeitar os filhos, com a finalidade de, sobretudo, prevenir os atos de alienação parental”, se posiciona.