AMC inicia programa Saúde em Movimento com foco na qualidade de vida da magistratura catarinense

O programa Saúde em Movimento, do Departamento de Saúde da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) iniciou suas atividades nesta sexta-feira (20) com um passo importante: a apresentação do Mapeamento Social dos juízes estaduais e a palestra sobre estresse do cotidiano e os desafios de viver com qualidade. “É uma prioridade da nossa entidade discutir essas questões, para cada vez mais desenvolver um trabalho sério e forte”, destacou o presidente da AMC, Juiz Sérgio Luiz Junkes, na abertura.

No primeiro momento, a assistente social Cristiane Coelho de Campos Marques apresentou o resultado das entrevistas que compõem o mapeamento da categoria. Com o objetivo de encontrar uma resposta técnica e eficaz, sobre qual a realidade de vida e trabalho dos magistrados, a profissional se dedicou de março a julho deste ano, em entrevistar 172 juízes ativos, aposentados e pensionistas, em todas as regiões do Estado.

O resultado é um retrato da situação sócio-econômica, familiar e de saúde dos associados e o alcance da representatividade da instituição. A pesquisa, por exemplo, mostra que 100% dos entrevistados gostam do que fazem e, por outro lado, na mesma proporção, eles acreditam que as condições de trabalho e da carreira poderiam melhorar.

Na dimensão da saúde, os índices revelam que 80% precisam de correção visual (óculos); 75% sofrem de ansiedade e 65% reclamam de fadiga. O volume de trabalho é uma das principais reclamações. Mais da metade dos magistrados catarinenses já sofreram algum tipo de ameaça e outros 95% não se sentem reconhecidos e valorizados no trabalho. A taxa de acidente de trabalho é de apenas 1%.

Dentro do que foi apresentado, a psicóloga Maria Olívia Schwalb Seleme abordou os conceitos de saúde física, emocional e social com foco na maior qualidade de vida dos magistrados. A especialista apresentou técnicas de Neurociência para usar o estresse como benefício e, assim, melhorar a integralmente o bem-estar.

Maria Olívia mostrou as fases do estresse e as respostas que organismo biologicamente dá para cada uma.  Para ela, a forma como a pessoa percebe e processa a situação vivida interfere diretamente no metabolismo e sistema imunológico. Por isso, é necessário ser otimista, cuidar do bem estar físico e integrar momentos de produção e prazer.

“Estamos começando todo um novo trabalho voltado para a saúde dos magistrados e o mapeamento é a radiografia que traz as linhas principais que precisamos desenvolver”, explica a diretora da Saúde dos Magistrados, juíza Cíntia Gonçalves Costi. Para ela, não tem como falar em solução sem perceber as realidades, por isso a palestra já tem relação com o que foi detectado.

Magistrados – Para a juíza Haidée Denise Grin o evento serviu para mostrar como lidar com o estresse da profissão e evitar o adoecimento. “Saber encontrar o nível certo para não chegar ao limite”, pontuou, ao acreditar que o encontro ajudou também a enxergar meios concretos para isso.  No mesmo sentido, o juiz aposentado Ney Dante Hernandez Galante acredita que, em meio a vida agitada do mundo moderno, a iniciativa é como uma válvula de escape, que ajuda a aliviar as tensões do dia-a-dia. “Refletir sobre o passado e o presente para ter um amanhã melhor”, resumiu.

Em anexo, você pode ter acesso para download de todo material do Mapeamento Social apresentado.